quarta-feira, outubro 17, 2007

Publicidade vexatória

Noutro país qualquer isto motivaria dezenas de queixas às autoridades reguladoras do sector. Em Portugal, estes anúncios passam impunemente e nem na tão democrática blogosfera merecem o menor reparo. Uma companhia seguradora e a respectiva agência publicitária acharam por bem conceber uma série de anúncios televisivos onde várias mulheres (sim, exclusivamente mulheres) são responsáveis por acidentes em variados contextos: num escritório, numa loja, num hospital, no trânsito, em casa. Nem vale a pena referir que esta "feminização do risco" vai contra todos os dados estatísticos existentes... O que vale a pena perguntar é como se tolera esta representação troglodita, preconceituosa, discriminatória das mulheres na publicidade. Falta de sentido de humor, responderiam os criativos. E se fossem só negros? E se fossem só portadores de trissomia 21? E se fossem só homossexuais? Teria graça?
A imagem da mulher na publicidade não é uma questão irrelevante. Perpetua estereotipos. Reforça as percepções erróneas que as pessoas têm das diferenças de género. E consequentemente reproduz as discriminações a sério, no local de trabalho, na família, nas organizações. Por alguma razão o grupo financeiro que detém esta seguradora não tem uma única mulher nos orgãos dirigentes. Se calhar a agência publicitária também não.
Isto para mim é intolerável. Eu não tenho seguros nesta empresa. Mas se tivesse depressa deixaria de ter. É a única resposta possível dos consumidores face a esta falta de senso.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Wonderfalls


As séries de ficção são uma exportação americana a que é difícil resistir. Esta não parece ter passado da primeira season (o que até pode ser uma vantagem) e com alguns anos de atraso é transmitida agora na Sic Radical. As personagens são desconcertantes, a premissa central (estatuetas de animais falam com a heroína e impelem-na a realizar boas acções a despeito da sua inércia e amoralidade natural) fantasiosa e as histórias frequentemente descambam para o nonsense. What's not to like?