sexta-feira, maio 23, 2008

Contos da modernidade avançada














É arte? É ciência? É uma declaração sobre a comunicabilidade nas sociedades contemporâneas? O "telectroscópio" abriu ao público em Londres e Nova York. Passeantes à beira rio/mar podem espreitar através da geringonça e trocar acenos (e mesmo mensagens escritas) com gente do outro lado do oceano. O criador diz que há um túnel submarino a ligar as duas cidades. É uma fantasia curiosa. Mas também garante que este dispositivo não se baseia na ubíqua Internet. Pelas imagens e pelo site faz lembrar algo saído das páginas de Jules Verne, revisitando uma época mágica de confiança ilimitada na ciência e na engenharia. Espreitar é grátis, mas como tudo actualmente, esta também é uma máquina de fazer dinheiro através da venda de merchandising. É assim a modernidade avançada...

domingo, maio 04, 2008

O sol do circo



Eu fã do circo me confesso. De qualquer circo. Do Coliseu no Natal com acrobatas toscos mas esforçados. Das tendas às riscas com tigres e elefantes que correm o país de lés a lés. Dos espectáculos do Oriente com artistas de palmo e meio e um talento desmesurado. Tudo o que não seja caezinhos amestrados e palhaços de humor estafado me encanta. Os números, as roupas, a música, o mestre de cerimónias, as demonstrações de equilíbrio, força, agilidade, perícia, risco...

Quando o cirque du soleil apareceu nos anos 80, oferecendo tudo isto e mais um pouco, aderi imediatamente. Agora era só uma questão de esperar que um dia os pudesse ver ao vivo, numa qualquer viagem deles ou minha.

Confesso que o preço dos bilhetes quase me demoveu. Mas agora visto o espectáculo, sei que vale até ao último cêntimo. Não me convenceu muito o "argumento", as cenas representadas entre cada número. Mas tudo o resto é sublime. Os números cómicos são de ir às lágrimas, todos os outros de suster a respiração. Parece quase impossível que o corpo humano se mexa desta forma, se contorça assim, que mantenha o ritmo e o equilíbrio perante tanto estímulo em simultâneo. Magia...

A afição pelos museus científicos



ainda não me passou. São de visitar o Centro Ciência viva de Estremoz e o Fluviário de Mora. Mas atenção às enchentes... ainda dizem que não há público para estas coisas...

Mais uns dias, menos a Sul







O trabalho que impede os dragões de escreverem posts também os impele a fugir de férias mais vezes, arranjando imagens bonitas para rechear o blog. E não há melhor altura para visitar o Alentejo: os campos multicolores, a passarada a cruzar o céu, o sol tão meigo e a brisa tão perfumada. Que delícia para os sentidos, que repouso para os urbanitas cansados.