segunda-feira, novembro 21, 2005

Engenheiros, economistas e gestores

O mercado de trabalho em Portugal precisa unicamente de economistas, gestores e engenheiros. Pelo menos a fazer fé nos anúncios de emprego publicados no Expresso. O que mais me intriga é a intermutabilidade destas profissões. Já perdi a conta aos anúncios que pediam, para uma mesma função, licenciados numa destas três áreas. Lá que economia e gestão sejam parecidas, eu ainda percebo. Mas agora engenharia? Que raio de trabalho será que tanto possa ser exercido por uma pessoa que perceba de finanças públicas e por uma que saiba construir pontes?E todas as engenharias? Terá as mesmas competências um gestor, um engenheiro naval, um engenheiro químico e um engenheiro ambiental?
Ou são estas os únicas três licenciaturas de qualidade em Portugal? Que independentemente dos seus conteúdos asseguram que os seus graduados são pessoas de confiança, trabalhadoras, empenhadas e inteligentes? O resto só forma madraços, inúteis e incompetentes?
É curioso verificar que nos anúncios de emprego ingleses é raro ser pedido uma formação superior específica. Pedem sim um grau académico e vontade de aprender. Ou capacidades que já tenham sido desenvolvidas em cargos anteriores. Uma escolha de um curso feita aos 18 anos não condiciona para toda a vida o que uma pessoa irá fazer. É certo que certas posições requerem uma formação específica. Não queremos um médico formado em literatura inglesa nem um engenheiro de pontes licenciado em psicologia.
Mas para fazer powerpoints (que é o que parece que a maioria da força de trabalho nas empresas portuguesas se ocupa a fazer) é realmente necessário uma licenciatura em engenharia, economia e gestão?

2 comentários:

Frater Caerulus disse...

Acerca dos powerpoints: quererá isso dizer que somos já uma economia do conhecimento? Se não, que somos nós então?

Red Dragon disse...

Uma economia dos slides? Dos bonecos com muitas setinhas e palavras ocas? Uma economia da mafia das consultoras?