É o melhor que se pode ver na tv actualmente. Se o Dr. House já perdeu a novidade, as donas de casa desesperadas não têm graça nenhuma e o ER é sempre mais do mesmo, Heroes é uma pequena obra prima (resta saber o que as temporadas seguintes reservam, mas não se augura nada de bom com o prolongamento da fórmula).
Se a premissa de base (que alguns humanos têm poderes especiais graças a uma mutação genética) afasta o público com aversão ao fantástico, para os outros tem todos os ingredientes para ser uma série de culto. Uma galeria de personagens variadas, multi-étnicas, densas, com profundidade, dotadas de super-poderes fascinantes, com uma rede de conexões entre elas que se vai descobrindo a cada episódio. Um argumento inteligente, ardilosamente construído para ser progressivamente revelado, que para além da intriga apaixonante põe em discussão uma série de temas pertinentes: os limites éticos da genética, como as sociedades lidam com a diferença, o livre arbítrio para escolher entre o bem e o mal, o papel da arte. E uma forma de filmar que torna o visionamento da série compulsivo. Cada episódio acaba de forma surpreendente (mesmo angustiante), os saltos entre diferentes fios narrativos é lógico, o nível de violência é exacto para causar uma impressão sem chocar. Faltam três episódios para o final e a série não dá sinais de fraquejar e cair em soluções fáceis para resolver a trama. Mal posso esperar para conhecer o desfecho...
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