segunda-feira, novembro 29, 2004

Ossos


Ossos
Originally uploaded by Aloysius.
Cry woe, destruction, ruin, loss, decay;
The worst is death, and death will have his day.

Richard II, Shakespeare

sexta-feira, novembro 26, 2004

Visita virtual

Maravilhoso mundo da Internet. Perdida num remoto lugar do concelho de Guimarães há uma citânia castreja. Agora já não é preciso o visitante intrepido aventurar-se por sinuosas estradas municipais e enfrentar caminhos empedrados mais apropriados para cabras. Aqui há uma visita virtual, com fotografias de qualidade, zoom, plantas, informações detalhadas e até música. Não vá, veja pelo écran de computador.

quinta-feira, novembro 25, 2004

O tonto que nos governa...

Algum dos bem pagos assessores do nosso PM lhe explica que talvez seja prudente deixar de proferir baboseiras acerca das empresas participadas da holding Portugal Telecom?
É que ouvir um sujeito que nada tem a ver com a PT sugerir que vai privatizar empresas privadas suas participadas ou que a holding deveria reduzir a participação no capital dessas mesmas empresas para que o próprio não faça asneiras tem algo de anedótico.

Ainda bem que não sou acionista da PT ou ficaria seriamente aborrecido com semelhantes declarações de alguém de que mais não dispõe do que uma Golden Share paga por todos nós.


Os homens da minha vida


proust
Originally uploaded by Aloysius.


A vida dele dava um livro e se calhar deu mesmo, escondida num bocadinho de cada uma das personagens da sua opus magnum. Genial, culto, menino da mamã, mundano, recluso, noctívago, homossexual, soldado, esteta, bibliotecário, doente crónico... Foi um sujeito complexo, excêntrico, com uma vida de extremos. Frequentava o restaurante do Ritz pela madrugada e os bordéis mais perversos. Escrevia na cama, num quarto forrado a cortiça, que hoje está no Museu Carnavalet. Adorava a mãe, os amigos, o motorista. Foi acompanhado até ao fim pela fiel secretária. Tinha uma paixão por Veneza. Queria que o seu livro fosse lido pelas pessoas no metropolitano. Os deuses deram-lhe talento para a escrita, poder de observação e sentido de humor. E eles gastou tudo numa imensa, brilhante, inesquecível obra. Mas mais sobre isso noutro post, que este é mesmo só dedicado ao meu Marcel.

quarta-feira, novembro 24, 2004

Outras perguntas...

Com o afã ministerial na imediata prestação declarações à aproximação de cada câmara de cada canal de televisão; com a formulação contínua de sound & image bytes a toda a hora e instante... Para que quereria exactamente o pequeno Goebbels uma central de comunicação? Para uma profusa edição de revistas de imprensa de todos estes saborosos momentos? Para brincar à edição de notícias e serviços noticiosos? Estando farto da RTP, quererá edificar um novo concessionário do serviço público de televisão?

O jogo das cadeiras


NMS
Originally uploaded by caligula.

Allô...?Allô...? Central de Comunicação (Informal)...?
Era para demitir! Não era para o tornar um ministro sem pasta, como há muitos anos não víamos cá na terra...
Entretanto, passo a passo, lá vão construindo este pequeno Goebbels!

E o nosso Presidente? Assina uma remodelação governamental sem aviso prévio? Pensava que as coisas se faziam de outro modo... Mas também nunca tinha assistido a um jogo das cadeiras no Governo.
De facto, este governo nem sequer precisa de contraditório. Não dá qualquer margem temporal aos comentadores.
A "Quadratura do Círculo", que será transmitida daqui a pouco, já está completamente desactualizada.

O inefável Gomes da Silva


Se a estupidez asinina, a inconveniência militante, o mau carácter incontido e as companhias sórdidas não chegam...
O que faltará para que este senhor seja demitido?
Posted by Hello

Efeméride

Há 13 anos o meu mundo ficou mais pobre.

terça-feira, novembro 23, 2004

A trigunta e o nosso quadro parlamentar

Sem que se saiba exactamente porquê, o nosso sistema político decidiu agora colocar nas mãos do povo a decisão face às matérias fundamentais ultimamente chegadas de Bruxelas e Estrasburgo. Talvez por serem demasiado importantes e de não quererem reservar para si próprios o ónus exclusivo da decisão...
Ora, para tão importante empreendimento, nada melhor que perguntar directamente se deve ou não o Estado Português ratificar o Tratado Constitucional Europeu.
Mas isso implicaria uma revisão da constituição...
Que trabalheira, pensaram os nosso caríssimos deputados (ou alguém por eles)...
Solução brilhante do nosso parlamento (pela voz da maioria de dois terços PSD+PP+PS)...
"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?"

Ainda vou ler o tratado constitucional, mas pelo processo respondo:
Sim, não e não! Por maioria de dois terços: NÃO!

segunda-feira, novembro 22, 2004

domingo, novembro 21, 2004

Ódios de estimação 1

Por obrigação profissional, sou frequentadora assídua de colóquios, conferências, congressos e coisas afins. Às vezes como espectadora, outras vezes como parte do espectáculo. Ao longo dos anos tenho desenvolvido um ódio de estimação equitativamente distribuído por conferencistas e público (não todos, obviamente, mas uma significativa maioria).
Os oradores têm o condão de me irritar de múltiplas maneiras. Uns levam o textinho escrito, geralmente redigido para ser lido e não para ser ouvido, com vocabulário esotérico e construções frásicas barrocas, e conseguem aborrecer o auditório até às lágrimas com uma leitura monocórdica e sonolenta. No pólo oposto, outros tornam a conferência num espectáculo multimédia, com exuberantes dramatizações e passes de mágica, acompanhadas de uma apresentação em slides multicolores e com uma assustadora profusão de setas e esquemas elaborados. Nestes casos o conteúdo geralmente não abunda e a sua ausência é mascarada com chavões sonoros e rótulos espampanantes, anedotas e historietas humorísticas.
Depois há os que conseguem ignorar por completo o tema do colóquio e a audiência alvo e apresentar a mesma velha comunicação, que já foi proferida em inúmeros contextos distintos nos últimos três anos. Há ainda os que teimam em ocupar todo o tempo da sessão, desprezando por completo os minutos que lhe foram alocados, cilindrando os restantes oradores, o moderador, o público. E geralmente ainda conseguem monopolizar o debate, aproveitando uma questão que lhes é dirigida para falar do que lhes apetece, mesmo sem relação alguma à pergunta.
O público também não é muito melhor. Entra atrasado, faz questão de se sentar ao lado de amigos e conhecidos, cumprimentando-os audivelmente e aproveitando para retomar a conversa que ficou a meio antes da abertura do colóquio ou no intervalo. Ri-se efusivamente das idioteiras do orador-entertainer, porta-se mal quando o orador é mais sério e aborrecido. Mas nada me irrita mais que os debates que se seguem ao colóquio. Há sempre o elemento do público que se vinga de não ter sido convidado para orador fazendo a sua própria alocução, o que insiste em contar historietas pessoais, o que faz perguntas a despropósito...
Não há paciência...

terça-feira, novembro 16, 2004

Um dos meus cavalos de batalha

No fim de semana um dos serviços noticiosos de um dos canais de televisão exibiu uma reportagem/entrevista com duas das ministras do actual governo: da Educação e do Ensino Superior. O meu apreço pelo trabalho das senhoras já não é muito, mas ainda decresceu com o teor da peça jornalística. Mas não sei ao certo o que mais me repugna: se é as televisões fazerem reportagens assim, se é as senhoras ministras se prestarem a isto. É que as malfadadas entrevistas/reportagens versaram não sobre o trabalho delas, sobre iniciativas governamentais, sobre legislação, sobre medidas ou temas da sua área de especialidade mas sim sobre - pasme-se - sobre as roupas, a alimentação, os horários de trabalho, as relações com a família... Imagina-se algum jornalista a fazer este género de perguntas a um ministro-homem?
É nestas pequenas coisas, a par da publicidade estereotipizadora, dos canais e programas de televisão especializados "para mulheres", das tão faladas quotas nos partidos e cargos políticos, que se perpetua a discriminação e a menorização. E este é um dos meus cavalos de batalha.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Gosto deste quadro


Jardim do artista em Giverny, C. Monet Posted by Hello

A voz do Lopes

Não chegava o culto de personalidade imposto pelo vídeo biográfico da personagem...
O nome do homem até consta no novo hino!

Como diz o outro... "Pobre país, o nosso."

Somos actores da História/ de coragem e glórias/ pátrio orgulho do passado/ abraçado pelo mar./ Para vencer os desafios/ desse povo soberano/ abre a porta do destino/ que o futuro quer entrar./ Queremos mais Portugal/ grande luso pequenino/ nova força para o mundo/ geração Portugal./ Grita Viva Portugal/ pede a alma, bate o peito/ nova força para o mundo/ meu orgulho Portugal./ Tempo novo de acreditar/ de ser mais feliz/ de ser PSD/ sempre mais e melhor./ Santana Lopes é a voz/ na vanguarda do futuro/ de norte a sul/ de todos nós./ Grita viva Portugal/ meu orgulho, meu país/ nova força para o mundo/ grita Portugal./ Grita viva Portugal/ meu orgulho, meu país/ nova força para o mundo/ viva Portugal

domingo, novembro 14, 2004

Gosto deste livro 1



A ciência vista por um escritor de viagens. Que também escreve livros de linguística. Que ganhou com isto um prémio de divulgação científica.
É uma obra impressionante. Três anos de trabalho. Mais de 500 páginas de escrita. Um número incomensurável de páginas de leitura, entrevistas, viagens pelo mundo que estão por trás disto.
Talvez o autor dê um nadinha de mais importância ao episódio anedótico, às idiossincrasias dos cientistas, às historietas divertidas. Mas lá pelo meio aprende-se alguma coisa.
O ponto de partida é para mim muito pertinente: os manuais escolares deixam de fora a resposta à pergunta "como é que os cientistas sabem isto e como é que lá chegaram?". E até agora (confesso que ainda vou a meio do livro) já tenho encontrado alguns dados interessantes: que algumas coisas são descobertas por mais do que uma pessoa, em momentos diferentes, se bem que uma apenas obtenha o crédito e o reconhecimento público; que o facto de publicar em inglês, mesmo no século XIX, era determinante para a descoberta ter algum impacto; que as teorias e mesmo as disciplinas científicas passam por "modas", que influenciam as descobertas e as interpretações que são feitas. Nada de novo no entanto para as tão mal afamadas abordagens construtivistas à ciência...

sexta-feira, novembro 12, 2004

Porquê Mah Jong?

Porque é o meu jogo preferido. Sem gosto nem jeito para jogos, este cativou o meu coração. É exótico mas compreensível. As peças são bonitas e elegantes. As regras são claras. Depende tanto da sorte como da aptidão do jogador. Requer atenção, inteligência e destreza mental. É colectivo e convivial. Não desperta grandes rivalidades ou animosidades. Já vi partidas ganhas por principiantes, vitórias repartidas por todos os jogadores de uma sessão. Lembra-me as tardes de dominó com o meu avô. É a perfeita sobremesa para um jantar de amigos ou a seguir ao almoço de Natal.
Por fim, porque o outro dragão cá de casa concordou.
Assim, eu vejo este blogue como um jogo de mah jong. Cada jogador é livre de tirar pedras da muralha, lançá-las ao centro, mostrar chows e pongs e kongs...


Sigamos o galo Posted by Hello

A vingança do dragão (verde)

E a primeira pedra a ser rejeitada pelo infame banqueiro é o dragão verde... E logo numa altura do jogo em que não pode aproveitar a ninguém...
Green Dragon Posted by Hello

O princípio


Red Dragon Posted by Hello

O ventro de leste abre a muralha.