A vida dele dava um livro e se calhar deu mesmo, escondida num bocadinho de cada uma das personagens da sua opus magnum. Genial, culto, menino da mamã, mundano, recluso, noctívago, homossexual, soldado, esteta, bibliotecário, doente crónico... Foi um sujeito complexo, excêntrico, com uma vida de extremos. Frequentava o restaurante do Ritz pela madrugada e os bordéis mais perversos. Escrevia na cama, num quarto forrado a cortiça, que hoje está no Museu Carnavalet. Adorava a mãe, os amigos, o motorista. Foi acompanhado até ao fim pela fiel secretária. Tinha uma paixão por Veneza. Queria que o seu livro fosse lido pelas pessoas no metropolitano. Os deuses deram-lhe talento para a escrita, poder de observação e sentido de humor. E eles gastou tudo numa imensa, brilhante, inesquecível obra. Mas mais sobre isso noutro post, que este é mesmo só dedicado ao meu Marcel.
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