sexta-feira, março 11, 2005
Contra o Dia da Mulher
Eu sou contra o Dia da Mulher (e do Homem e da Minoria Étnica e do Deficiente e do Gato e da Pulga). Eu sou contra mulheres serem condecoradas no Dia da Mulher: pressupõe-se que é mais por serem mulheres que por terem atingido a excelência nas suas áreas respectivas. Eu sou contra as quotas de mulheres e contra contarem-se as cabeças femininas no Governo e no Parlamento e seja onde for. Eu sou contra canais televisivos para mulheres e revistas para mulheres e livros para mulheres. Eu sou contra os anúncios onde as mulheres são as domésticas e os homens os cientistas, onde as meninas brincam com bonecas e os meninos com carrinhos, onde as mulheres são estupidas e fúteis e os homens inteligentes e sensatos. Eu sou contra a ideia feita que as mulheres são emocionais e os homens racionais, que as mulheres têm uma sensibilidade especial, que são incapazes de violência e agressividade. Eu sou contra a generalização que as mulheres têm maiores capacidades de empatia e expressão linguística e menores capacidades de orientação espacial e habilidade técnica. Eu, no fundo, sou contra as mulheres. Só sou mesmo a favor das pessoas.
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