domingo, abril 24, 2005

Wanderlust

É algo que me dá de tempos a tempos. Uma vontade de partir, fazer as malas e embarcar num avião. Não significa um descontentamento com a minha vida actual. Nem desejo de estar só, porque não concebo uma viagem sem o dragão verde. É uma pulsão por mudar de ares, ver-me livre de um país que me desgosta, nem que seja por uns dias. Passear, ver coisas bonitas num museu, ler a imprensa local, falar uma língua estrangeira, estudar um mapa, planificar os dias para aproveitar cada instante, sentar-me numa esplanada em frente a um monumento, dormir num quarto de hotel, comer refeições indígenas, palminhar as ruas, fotografar cada paisagem urbana que me desperta o interesse, comprar livros, usar os transportes públicos, descansar num banco de jardim, escrever postais, saborear cada instante e guardá-lo na memória como um tesouro. Não é um wanderlust campestre nem exótico, nem de praias nem de montanhas. É um wanderlust urbano, europeu, civilizado. E começa a dar-me formigueiro nos pés...

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