
O dragão vermelho queria ser astronauta. Por isso é fã do Star Trek, desde as séries velhinhas e cabotinas até ao novo e brilhante filme. Como as viagens intergalácticas não estão para breve, é escapismo do melhor.
Rodas, bambus e caracteres. Vento leste, vento oeste, vento norte e vento sul. Dragão vermelho, dragão verde, dragão branco.
Só mesmo um evento histórico desta magnitude para acordar este blogue da hibernação. O meu anti-americanismo sofreu um importante revés no dia 5 de Novembro. A América dos red necks, do klu klux klan, de Guantanamo, do criacionismo, da rifle association, por uma vez saiu derrotada por um skinny black man with a funny name. É inteligente e bonito, carismático e cativante. Neste momento é o meu herói.
É tão fabuloso como se diz por aí. É uma obra de sétima arte. Não é um filme de pipocas, não é um filme de ecran verde e efeitos digitais, não é um blockbuster de Verão inane. Pode ter os gadgets, as perseguições a alta velocidade, as explosões pirotécnicas e o herói de banda desenhada. Mas também tem um leque de actores magnífico, um argumento sólido, uma moral profunda. Negro como a noite, não tem happy ending consolador. "You either die a hero or live long enough to see yourself become the villain"





Acabámos de ver mais um fascinante documentário de L. Theroux, um jornalista britânico fascinado pelo lado bizarro da vida contemporânea. E a cirugia estética, apesar de crescentemente banalizada com anúncios na tv, pagamentos a prestações e o patrocínio de celebridades de vão de escada, tem muito de bizarro. O que leva as pessoas a correrem risco de vida para remover as gordurinhas? A suportarem dores para esticar a pele? A penarem com convalescenças demoradas para rechear o peito? As transformações do corpo fazem parte da vida. O envelhecimento é inexorável e natural, que sentido tem querer ter aos 50 anos a pele, a figura, o cabelo dos 20? Para além de que muitas vezes o resultado deixa muito a desejar. Mesmo quando as operações não têm sequelas inesperadas, alguns pacientes ficam com o ar artificial, plastificado, de bonecos de cera, perdem expressividade, ganham formas improváveis.
Esta moça chama-se Amy Winehouse e é um génio. Uma mistura pós-moderna de som de diva jazz dos anos 40 com letras explícitas da primeira década do século 21. E cabelo colmeia dos anos 50 com maquilhagem da Antiguidade Egípcia. Infelizmente tem uma pulsão para a auto-destruição proporcional ao seu talento.
