quinta-feira, janeiro 27, 2005

Os desafios agridoces de amar um gato

Os gatos são criaturas complexas e contraditórias, que despertam sentimentos ambivalentes no mais paciente dos donos. É fácil amar um gato quando ele caminha elegantemente pela casa, num bamboleio sereno e seguro. Quando ele se espreguiça, boceja e coça a orelha com a pata traseira. Quando ele dá marradas gentis nas pernas dos humanos. Quando se senta ao colo dos donos e exige festas. Quando ronrona se felicidade ao ser acariciado. Quando ele mia à porta a anunciar o regresso da família. Mas já é mais difícil amá-lo quando morde, arranha e sopra. Quando decide destruir uma peça de mobília. Quando ataca os donos à traição num corredor escuro. Quando mia insistentemente sem razão aparente, a exigir atenção e a perturbar as tarefas dos humanos. Quando desarruma a roupa no armário e derruba os objectos na estante. Quando espisoteia a família a meio da noite, à procura de um sítio mais confortável na cama. Talvez os gatos sejam no fundo crianças muito mimadas... pelo menos o gato cá de casa.

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