Esta semana este caso teve o seu desfecho. Ganhou a lei e a autoridade terrena. Perante a resistência pacífica dos monges e dos activistas dos direitos dos animais que entretanto se tinham juntado à causa, que protelou por umas horas o inevitável, polícias e autoridades sanitárias forçaram a entrada no templo e levaram o bicho para abate. A autópsia confirmou a tuberculose. Os hindus crêem que fizeram o que estava ao seu alcance para adiar o ciclo de reencarnação da besta sagrada e que o karma se encarregará se punir os sacrílegos. É assim a modernidade avançada.
sábado, julho 28, 2007
Contos da modernidade avançada
Esta semana este caso teve o seu desfecho. Ganhou a lei e a autoridade terrena. Perante a resistência pacífica dos monges e dos activistas dos direitos dos animais que entretanto se tinham juntado à causa, que protelou por umas horas o inevitável, polícias e autoridades sanitárias forçaram a entrada no templo e levaram o bicho para abate. A autópsia confirmou a tuberculose. Os hindus crêem que fizeram o que estava ao seu alcance para adiar o ciclo de reencarnação da besta sagrada e que o karma se encarregará se punir os sacrílegos. É assim a modernidade avançada.
quinta-feira, julho 19, 2007
Os Museus da Politécnica merecem ser vistos
Contra ventos e marés, cascas de nozes no universo que é a Universidade de Lisboa, desterrados longe da Cidade Universitária, com orçamentos batalhados, os dois Museus da Politécnica não se têm saído nada mal. Muitas das exposições são feitas quase (quando não literalmente) à mão, artesanalmente, com a "prata da casa", muitas vezes em salas sem reboco.
Proporcionam uma tarde bem passada, entre as experiências da exposição participativa e o deslumbrante laboratório chimico do Museu de Ciência, os dioramas realistas e os animaizinhos em formol do Museu Bocage, os dinossauros e os pedregulhos do Museu Geológico, as árvores e as borboletas do Jardim Botânico.
E pode ser só uma observação casuística, mas parece que a um Sábado à tarde de Julho não havia assim tão poucos visitantes...
Borboletas e museus
sexta-feira, julho 13, 2007
Ficámos no Savoy
E o que fizeram os dragões nas férias?
Isto
Os dragões estiveram na Madeira
terça-feira, julho 03, 2007
Mistério
Não sei ao certo porquê, mas este dragão é viciado na série/documentário Miami Ink. Talvez esteja na natureza da reality tv o seu consumo se tornar aditivo. Mas à partida episódios de 40 minutos sobre a vida quotidiana numa loja de tatuagens não é suposto despertarem tanto interesse. Mas o certo é que o fazem. Talvez seja a minha tendência voyeuristica, talvez seja defeito profissional, talvez seja por haver poucas alternativas na programação habitual. Fascinam-me as tatuagens, as justificações que as pessoas mobilizam para se tatuar, as bizarras escolhas das imagens com que vão viver (talvez) até ao fim dos seus dias. É uma estranhamente bela forma de arte. E vê-se de tudo: dragões alados, carpas koi, caveiras flamejantes, retratos de entes queridos, animais de estimação, letras de alfabetos arcaicos, bichos exóticos, figuras religiosas, paisagens, objectos do dia a dia, declarações de amor eterno, motos de vida... E desengane-se quem pensa que os clientes são só motoqueiros barbudos. Aparecem raparigas bonitas, mãe de família, adolescentes atinados, pais extremosos, avozinhas... E muito mais que símbolos de identidade grupal, as tatuagens parecem ser mais um sintoma da obessão americana com a psicologização do eu: são feitas essencialmente para marcar ritos de passagem, perpetuar uma fase da vida, celebrar sucessos, fazer o luto por alguém, recompensar o sofrimento ou o esforço, reforçar laços afectivos... Um objecto de estudo fascinante.