Era uma vez um touro sagrado, chamado Shambo, que residia num templo hindu algures no Pais de Gales. O touro tinha duas vidas, uma como animal santo, objecto de adoração pelos monges e pelos fiéis, outro como bovino residente no Reino Unido, sujeito às leis do país. No início deste ano, as duas vidas do touro colidiram: em exames de rotina, realizados pela autoridade veterinária, detectou-se o bacilo da tuberculose. E foi aqui que as duas vidas da besta colidiram. A lei diz que os animais infectados têm de ser abatidos. A religião hindu afirma que a vida dos touros é sagrada, não pode ser terminada à força. As autoridades galesas ratificaram a sentença de morte. Os monges do templo tentaram jogar no campo do adversário: por meio de argumentos científicos (os testes realizados não são infalíveis, podem dar origem a falsos positivos, seria necessário efectuar mais análises) e jurídicos (o animal não tem fins pecuários, não está em contacto com outros animais, excluíndo a possibildiade de contágio) tentaram revogar a sentença nos tribunais.
Esta semana este caso teve o seu desfecho. Ganhou a lei e a autoridade terrena. Perante a resistência pacífica dos monges e dos activistas dos direitos dos animais que entretanto se tinham juntado à causa, que protelou por umas horas o inevitável, polícias e autoridades sanitárias forçaram a entrada no templo e levaram o bicho para abate. A autópsia confirmou a tuberculose. Os hindus crêem que fizeram o que estava ao seu alcance para adiar o ciclo de reencarnação da besta sagrada e que o karma se encarregará se punir os sacrílegos. É assim a modernidade avançada.
Esta semana este caso teve o seu desfecho. Ganhou a lei e a autoridade terrena. Perante a resistência pacífica dos monges e dos activistas dos direitos dos animais que entretanto se tinham juntado à causa, que protelou por umas horas o inevitável, polícias e autoridades sanitárias forçaram a entrada no templo e levaram o bicho para abate. A autópsia confirmou a tuberculose. Os hindus crêem que fizeram o que estava ao seu alcance para adiar o ciclo de reencarnação da besta sagrada e que o karma se encarregará se punir os sacrílegos. É assim a modernidade avançada.
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