Pois, Paris. É sacrílego dizer isto, mas demos por nós a certa altura a desejar que estes quatro dias acabassem. Deve haver uma lei que diz que o factor "uau" diminui na razão inversa do número de visitas à cidade. E para ajudar havia greve de transportes, um frio de rachar e mais obrigações de trabalho do que de costume. Ficámos praticamente presos no bairro do hotel e há um número limite de vezes para se subir e descer o Bld Saint-Germain sem perder a graça toda. Sim, os monumentos são de cortar a respiração. Sim, a harmonia das ruas é perfeita. Sim, os museus são extraordinários (mas desta vez não visitámos nenhum). Sim, as pequenas lojas hiper-especializadas são delirantes. Sim, a vida da cidade é apaixonante. Sim, pode-se encontrar restaurantes de todo o mundo. Sim, Paris é a mais bela cidade do universo. Mas também há coisas que irritam: o trânsito infernal, os restaurantes atrape-touriste com comida inferior, os empregados antipáticos, os quartos de hotel do tamanho de roupeiros, a voz nasalada dos turistas americanos, os jovens existencialistas despenteados a exibir os livros amarelados de alfarrabista, os automobilistas que ignoram as passadeiras, os patins, trotinetas e bicicletas a ameaçar os transeuntes nos passeios, os preços exorbitantes nos cafés e nas bilheteiras das exposições, a genérica arrogância e má criação dos nativos, os pedintes enregelados nas ruas (o que me irrita mesmo é o sistema que permite que as pessoas tenham de viver assim), a mania das abreviaturas que torna indecifrável os anúncios e até os artigos de jornal, as manadas de turistas a entupir os passeios, os lugares nos restaurantes tão apertados, para caber sempre mais um cliente, que parecem pensados para hobbits. Enfim, como todas as histórias de amor, a nossa com Paris tem os seus altos e baixos...
terça-feira, novembro 20, 2007
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1 comentário:
mas reconheçam que Paris é uma cidade maravilhosa, compreendo a frustração de não a terem podido usufruir em pleno
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