sexta-feira, dezembro 31, 2004

Foi um bom ano

2004 foi um bom ano. O trabalho correu sobre rodas. Não houve mortes na família. Viajámos muito por Portugal. Revisitámos Paris, conhecemos Barcelona. Gastámos o nosso latim em vários congressos científicos. Passeámos de bicicleta (pelo menos o outro dragão sim). Li bons livros, vi bons filmes, ouvi bons CDs. Almoçámos e jantámos com amigos. Experimentámos pratos novos. E mais importante que tudo: aprendi muitas coisas novas. E no fundo é isso que mais interessa.

quinta-feira, dezembro 30, 2004

O fim perfeito


Carcavelos
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... para um dia de anos magnífico. É ingrato celebrar o aniversário na véspera de Natal: amigos ocupados, restaurantes, cinemas e museus fechados, obrigações familiares a cumprir. Mas este ano foi especial. Prendas mesmo a meu gosto. Bife tártaro no Galeto. Passeio de fim de tarde na praia de Carcavelos. Bliss.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Os ursos da minha vida


fozzy
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Castanho, gorducho, sorridente. De todos os marretas, este era o meu favorito. Era o urso cómico das piadas foleiras: "porque é que a galinha atravessou a estrada" era uma das recorrentes. Mas tinha bom coração e não era espertalhão como o cocas, ou vaidoso como a miss piggy nem malévolo como os velhotes. Não era a estrela do espectáculo e acabava sempre na mó de baixo, mas alguém tem de gostar dos falhados... É um urso da minha vida.

terça-feira, dezembro 28, 2004

Um quadro que é também uma canção.


R Dadd
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Num dos primeiros albuns dos Queen, da fase glam rock de inspiração fantasico-gótica, há uma canção com um nome intrigante: The Fairy Feller's Master-Stroke. Na Tate Gallery, há alguns anos, estava exposto o quadro que sugeriu o baptismo da canção. Foi pintado por um artista pouco conhecido, com a particularidade de ter passado uns bons anos num manicómio por parricídio. A temática é-me um bocado obscura mas uma pesquisa neste instrumento maravilhoso que é "a rede"permite-me descobrir que o quadro se inspira num poema de juventude de Shelley, Queen Mab: a philosophical poem. O master-stroke refere-se a uma machadada num castanheiro para construir a carruagem da dita rainha. E esta estranha pintura é considerada percursora/inspiradora do surrealismo. Confesso que não sei se gosto deste quadro.

domingo, dezembro 26, 2004

Gosto deste livro


jb
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A minha história de amor com a literatura inglesa contemporânea começou com Julian Barnes. Estas dez narrativas e meia, de estilo e conteúdo muito variado abriram-me os olhos à prosa fluída, ao humor, aos encantos diversos da ficção e do ensaio. Depois veio o romance a três vozes Talking it over, outra revelação: como é diferente uma história contada por três observadores/participantes distintos. Os outros romances talvez não sejam tão inovadores, tão supreendentes, mas são pequenas pérolas. Ninguém escreve literatura do quotidiano como os ingleses. e gosto mesmo deste autor.

A prenda


gato na caixa
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Este gato não é homeless mas parece, com este estranho gosto pelas caixas de cartão...

domingo, dezembro 19, 2004

sábado, dezembro 18, 2004

A calimerização da política portuguesa


calimero
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Sempre que eu vejo os vermes deste futuro ex-governo e apaniguados da mesma cor política a lamentarem-se da injustiça que foi cometida, só me lembro do pintainho negro...

terça-feira, dezembro 14, 2004

Separados, mas juntos

Após dias de espera, de afirmações e negações, de avanços e recuos...
Finalmente a novela desenlaça-se: separam-se agora, mas prometem juntar-se no futuro
Ao olhar os nubentes não consegui disfarçar uma lágrima irreprimível...
Estou rendido... aqueles olhares cúmplices , aquele abraço fraterno e contudo ardente...

Novela mexicana às 8.30 da noite em directo no telejornal está para além do suportável.

Quem conseguirá romper o acordo assinado hoje, às 8,30, perante milhões de portugueses?

Uma advertência: com tanto calculismo eleitoral, desenhado unicamente para impedir uma maioria absoluta do PS, ainda forçam o voto útil no PS

Os homens da minha vida


corto
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Tall, dark and handsome. O marinheiro de olho azul e o brinco na orelha. Politicamente incorrecto, de cigarro ao canto da boca. Cidadão britânico, como não podia deixar de ser, filho de uma cigana de Gibraltar. Andou pelas sete partidas do mundo, com preferência por lugares de nomes exóticos: Samarcanda, Xangai, a Ilha Escondida, Veneza, Buenos Aires. Tem amigos peculiares, nenhum tanto como o infame Rasputine. Fala com gatos e seres mitológicos. Sem pátria, sem bandeira, sem ideologia, sem se prender a nada. Sempre em busca de um tesouro mítico e de uma elusiva Pandora. É um dos homens da minha vida.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Gosto deste quadro


LadyShalot
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...que também é um poema de Alfred Lord Tennyson:

Lying, robed in snowy white
That loosely flew to left and right --
The leaves upon her falling light --
Thro' the noises of the night,
She floated down to Camelot:
And as the boat-head wound along
The willowy hills and fields among,
They heard her singing her last song,
The Lady of Shalott.

domingo, dezembro 12, 2004

Gosto deste filme


leon
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A estética de Luc Besson. O carisma sorumbático do Jean Reno. O despertar cinematográfico da Natalie Portman. A arte de representar um psicopata do Gary Oldman. A acção. A pirotecnia. O tema da recomposição familiar alternativa. A ternura. A música final do Sting. O fim infeliz. É um grande filme.

sábado, dezembro 11, 2004

A pedido de várias famílias


gato de natal
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... insatisfeitas com o cartão de natal que lhes coube em sorte. Saudações sazonais.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Noite fria com estrelas

Twinkle, twinkle, little star,
How I wonder what you are.
Up above the world so high,
Like a diamond in the sky.
Twinkle, twinkle, little star,
How I wonder what you are.

terça-feira, dezembro 07, 2004

Gosto deste livro


VF
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A literatura inglesa do século XIX é fértil em obras magníficas. A portuguesa também, o que se explicará por ter sido o século do apogeu do romance como género literário. Mas este é para mim um dos melhores romances do período. É certo que é longo - quase um milhar de páginas - mas tem tudo para agradar ao leitor. Um retrato social perspicaz. Muito humor. A participação dos personagens em episódios históricos, como a batalha de Waterloo. Uma heroína forte, amoral, inteligente. Reviravoltas surpreendentes. E o melhor de tudo: os bonzinhos sofrem horrores sem nunca serem realmente compensados, os maus fazem mil tropelias e não são punidos. True to life.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Gatos e árvores de Natal

Ter um gato e uma árvore de Natal em coexistência numa casa é tarefa árdua. Começa logo no dia da montagem. O gato acha piada às caixas de cartão, tenta roubar os enfeites, afeiçoa-se às fitas brilhantes, enfia-se atrás do sofá para ajudar a ligar as luzes e depois recusa-se a sair. Com a árvore já de pé, é difícil persuadi-lo a não a derrubar, a não tentar tirar a estrela do topo, a não morder os pais-natal de lã. Atrás da árvore, por entre os ramos artificiais, parece-lhe o esconderijo ideal para encenar emboscadas numa selva imaginária. Os laços dos presentes estão mesmo a pedir para serem mordidos, puxados, arranhados. Os donos arranjam estratégias para prender a árvore ao chão, para proteger as decorações, para remover o gato do seu covil sem trazer todas as serpentinas enrodilhadas atrás. Optam pelas luzes de 9 volts para que se o bicho roer os fios não apanhe mais do que um susto. Fecham as portas de noite para evitar actividades não supervisionadas. Mas é uma batalha muito dura...

domingo, dezembro 05, 2004

Os ursos da minha vida


Paddington
Originally uploaded by Aloysius.
Estão entre os livros favoritos da minha infância. As aventuras do urso Paddington são das histórias mais divertidas e mais ternas da literatura. Muita da minha anglofilia nasceu com este ursinho do Perú: as crakers e o pudim do Natal, as toranjas ao pequeno almoço, os foguetes de Guy Fawkes, o mercado de Portobello, as compras no Harrods... E quando ele escrevia no seu diário "sem nada para facher" era certo que iam começar as asneiras. Trapalhão mas bem intencionado, o urso de casaco azul, que gostava de marmelade, é certamente um dos ursos da minha vida.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Gosto deste filme


Arsenic and old lace
Originally uploaded by Aloysius.
É uma das grandes comédias de Frank Capra dos anos 40. Com o adorável Cary Grant e o sinistro Peter Lorre, com o nome apropriado de Dr. Einstein... Um cruzamento delicioso de comédia romântica com filme de terror, figuras inesquecíveis como o irmão doido que está convencido que é o Presidente Roosevelt a cavar o canal do Panamá na cave, as entradas em cena das personagens-tipo do costume (os polícias, o motorista de taxi, o padre), os tropeções e mal entendidos sucessivos deste género de filme. São nítidos os vestígios de ser uma adaptação de uma peça de teatro, mas isso só lhe acrescenta charme. A ver e rever e memorizar as deixas...

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Depois da euforia

A sensação de alívio depois dos acontecimentos dos últimos dias ainda nos acalenta a esperança...

Mas é preciso estar vigilante. A imagem sugerida pelo Eng. Sócrates como Primeiro-Ministro e o conjunto de nomes que coordena (coordenará... coordenaria) aquela tontice mal amanhada que dá pelo nome de "Novas Fronteiras" suscita prevenção e cautelas redobradas.
A repetição, passo a passo, do guterrismo (porque nada de essencialmente novo e inovador tem vindo a público) é aterradora e tem de ser prevenida a todo o custo.
Depois da incompetência absoluta do lopismo, nada pior que a indolência pastosa e paternalista de um repisado guterrismo.

O alívio

Ufa, esta fase acabou. Eu não gosto muito deste país, mas também não lhe desejo mal (sobretudo enquanto tiver a desdita de aqui viver). Estes últimos meses foram francamente embaraçosos. Não é que de um certo modo este futuro ex-primeiro ministro não seja representativo do país que temos. Incompetente, fanfarrão, preguiçoso, ignorante, egocêntrico, mimado, fútil. O país dos chicos-espertos, dos tunners, dos assassinos das estradas, dos iletrados, das cunhas, dos fundos estruturais desviados para jipes e bmws. Mas escusamos de nos fazer representar pelo pior que temos...

segunda-feira, novembro 29, 2004

Ossos


Ossos
Originally uploaded by Aloysius.
Cry woe, destruction, ruin, loss, decay;
The worst is death, and death will have his day.

Richard II, Shakespeare

sexta-feira, novembro 26, 2004

Visita virtual

Maravilhoso mundo da Internet. Perdida num remoto lugar do concelho de Guimarães há uma citânia castreja. Agora já não é preciso o visitante intrepido aventurar-se por sinuosas estradas municipais e enfrentar caminhos empedrados mais apropriados para cabras. Aqui há uma visita virtual, com fotografias de qualidade, zoom, plantas, informações detalhadas e até música. Não vá, veja pelo écran de computador.

quinta-feira, novembro 25, 2004

O tonto que nos governa...

Algum dos bem pagos assessores do nosso PM lhe explica que talvez seja prudente deixar de proferir baboseiras acerca das empresas participadas da holding Portugal Telecom?
É que ouvir um sujeito que nada tem a ver com a PT sugerir que vai privatizar empresas privadas suas participadas ou que a holding deveria reduzir a participação no capital dessas mesmas empresas para que o próprio não faça asneiras tem algo de anedótico.

Ainda bem que não sou acionista da PT ou ficaria seriamente aborrecido com semelhantes declarações de alguém de que mais não dispõe do que uma Golden Share paga por todos nós.


Os homens da minha vida


proust
Originally uploaded by Aloysius.


A vida dele dava um livro e se calhar deu mesmo, escondida num bocadinho de cada uma das personagens da sua opus magnum. Genial, culto, menino da mamã, mundano, recluso, noctívago, homossexual, soldado, esteta, bibliotecário, doente crónico... Foi um sujeito complexo, excêntrico, com uma vida de extremos. Frequentava o restaurante do Ritz pela madrugada e os bordéis mais perversos. Escrevia na cama, num quarto forrado a cortiça, que hoje está no Museu Carnavalet. Adorava a mãe, os amigos, o motorista. Foi acompanhado até ao fim pela fiel secretária. Tinha uma paixão por Veneza. Queria que o seu livro fosse lido pelas pessoas no metropolitano. Os deuses deram-lhe talento para a escrita, poder de observação e sentido de humor. E eles gastou tudo numa imensa, brilhante, inesquecível obra. Mas mais sobre isso noutro post, que este é mesmo só dedicado ao meu Marcel.

quarta-feira, novembro 24, 2004

Outras perguntas...

Com o afã ministerial na imediata prestação declarações à aproximação de cada câmara de cada canal de televisão; com a formulação contínua de sound & image bytes a toda a hora e instante... Para que quereria exactamente o pequeno Goebbels uma central de comunicação? Para uma profusa edição de revistas de imprensa de todos estes saborosos momentos? Para brincar à edição de notícias e serviços noticiosos? Estando farto da RTP, quererá edificar um novo concessionário do serviço público de televisão?

O jogo das cadeiras


NMS
Originally uploaded by caligula.

Allô...?Allô...? Central de Comunicação (Informal)...?
Era para demitir! Não era para o tornar um ministro sem pasta, como há muitos anos não víamos cá na terra...
Entretanto, passo a passo, lá vão construindo este pequeno Goebbels!

E o nosso Presidente? Assina uma remodelação governamental sem aviso prévio? Pensava que as coisas se faziam de outro modo... Mas também nunca tinha assistido a um jogo das cadeiras no Governo.
De facto, este governo nem sequer precisa de contraditório. Não dá qualquer margem temporal aos comentadores.
A "Quadratura do Círculo", que será transmitida daqui a pouco, já está completamente desactualizada.

O inefável Gomes da Silva


Se a estupidez asinina, a inconveniência militante, o mau carácter incontido e as companhias sórdidas não chegam...
O que faltará para que este senhor seja demitido?
Posted by Hello

Efeméride

Há 13 anos o meu mundo ficou mais pobre.

terça-feira, novembro 23, 2004

A trigunta e o nosso quadro parlamentar

Sem que se saiba exactamente porquê, o nosso sistema político decidiu agora colocar nas mãos do povo a decisão face às matérias fundamentais ultimamente chegadas de Bruxelas e Estrasburgo. Talvez por serem demasiado importantes e de não quererem reservar para si próprios o ónus exclusivo da decisão...
Ora, para tão importante empreendimento, nada melhor que perguntar directamente se deve ou não o Estado Português ratificar o Tratado Constitucional Europeu.
Mas isso implicaria uma revisão da constituição...
Que trabalheira, pensaram os nosso caríssimos deputados (ou alguém por eles)...
Solução brilhante do nosso parlamento (pela voz da maioria de dois terços PSD+PP+PS)...
"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?"

Ainda vou ler o tratado constitucional, mas pelo processo respondo:
Sim, não e não! Por maioria de dois terços: NÃO!

segunda-feira, novembro 22, 2004

domingo, novembro 21, 2004

Ódios de estimação 1

Por obrigação profissional, sou frequentadora assídua de colóquios, conferências, congressos e coisas afins. Às vezes como espectadora, outras vezes como parte do espectáculo. Ao longo dos anos tenho desenvolvido um ódio de estimação equitativamente distribuído por conferencistas e público (não todos, obviamente, mas uma significativa maioria).
Os oradores têm o condão de me irritar de múltiplas maneiras. Uns levam o textinho escrito, geralmente redigido para ser lido e não para ser ouvido, com vocabulário esotérico e construções frásicas barrocas, e conseguem aborrecer o auditório até às lágrimas com uma leitura monocórdica e sonolenta. No pólo oposto, outros tornam a conferência num espectáculo multimédia, com exuberantes dramatizações e passes de mágica, acompanhadas de uma apresentação em slides multicolores e com uma assustadora profusão de setas e esquemas elaborados. Nestes casos o conteúdo geralmente não abunda e a sua ausência é mascarada com chavões sonoros e rótulos espampanantes, anedotas e historietas humorísticas.
Depois há os que conseguem ignorar por completo o tema do colóquio e a audiência alvo e apresentar a mesma velha comunicação, que já foi proferida em inúmeros contextos distintos nos últimos três anos. Há ainda os que teimam em ocupar todo o tempo da sessão, desprezando por completo os minutos que lhe foram alocados, cilindrando os restantes oradores, o moderador, o público. E geralmente ainda conseguem monopolizar o debate, aproveitando uma questão que lhes é dirigida para falar do que lhes apetece, mesmo sem relação alguma à pergunta.
O público também não é muito melhor. Entra atrasado, faz questão de se sentar ao lado de amigos e conhecidos, cumprimentando-os audivelmente e aproveitando para retomar a conversa que ficou a meio antes da abertura do colóquio ou no intervalo. Ri-se efusivamente das idioteiras do orador-entertainer, porta-se mal quando o orador é mais sério e aborrecido. Mas nada me irrita mais que os debates que se seguem ao colóquio. Há sempre o elemento do público que se vinga de não ter sido convidado para orador fazendo a sua própria alocução, o que insiste em contar historietas pessoais, o que faz perguntas a despropósito...
Não há paciência...

terça-feira, novembro 16, 2004

Um dos meus cavalos de batalha

No fim de semana um dos serviços noticiosos de um dos canais de televisão exibiu uma reportagem/entrevista com duas das ministras do actual governo: da Educação e do Ensino Superior. O meu apreço pelo trabalho das senhoras já não é muito, mas ainda decresceu com o teor da peça jornalística. Mas não sei ao certo o que mais me repugna: se é as televisões fazerem reportagens assim, se é as senhoras ministras se prestarem a isto. É que as malfadadas entrevistas/reportagens versaram não sobre o trabalho delas, sobre iniciativas governamentais, sobre legislação, sobre medidas ou temas da sua área de especialidade mas sim sobre - pasme-se - sobre as roupas, a alimentação, os horários de trabalho, as relações com a família... Imagina-se algum jornalista a fazer este género de perguntas a um ministro-homem?
É nestas pequenas coisas, a par da publicidade estereotipizadora, dos canais e programas de televisão especializados "para mulheres", das tão faladas quotas nos partidos e cargos políticos, que se perpetua a discriminação e a menorização. E este é um dos meus cavalos de batalha.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Gosto deste quadro


Jardim do artista em Giverny, C. Monet Posted by Hello

A voz do Lopes

Não chegava o culto de personalidade imposto pelo vídeo biográfico da personagem...
O nome do homem até consta no novo hino!

Como diz o outro... "Pobre país, o nosso."

Somos actores da História/ de coragem e glórias/ pátrio orgulho do passado/ abraçado pelo mar./ Para vencer os desafios/ desse povo soberano/ abre a porta do destino/ que o futuro quer entrar./ Queremos mais Portugal/ grande luso pequenino/ nova força para o mundo/ geração Portugal./ Grita Viva Portugal/ pede a alma, bate o peito/ nova força para o mundo/ meu orgulho Portugal./ Tempo novo de acreditar/ de ser mais feliz/ de ser PSD/ sempre mais e melhor./ Santana Lopes é a voz/ na vanguarda do futuro/ de norte a sul/ de todos nós./ Grita viva Portugal/ meu orgulho, meu país/ nova força para o mundo/ grita Portugal./ Grita viva Portugal/ meu orgulho, meu país/ nova força para o mundo/ viva Portugal

domingo, novembro 14, 2004

Gosto deste livro 1



A ciência vista por um escritor de viagens. Que também escreve livros de linguística. Que ganhou com isto um prémio de divulgação científica.
É uma obra impressionante. Três anos de trabalho. Mais de 500 páginas de escrita. Um número incomensurável de páginas de leitura, entrevistas, viagens pelo mundo que estão por trás disto.
Talvez o autor dê um nadinha de mais importância ao episódio anedótico, às idiossincrasias dos cientistas, às historietas divertidas. Mas lá pelo meio aprende-se alguma coisa.
O ponto de partida é para mim muito pertinente: os manuais escolares deixam de fora a resposta à pergunta "como é que os cientistas sabem isto e como é que lá chegaram?". E até agora (confesso que ainda vou a meio do livro) já tenho encontrado alguns dados interessantes: que algumas coisas são descobertas por mais do que uma pessoa, em momentos diferentes, se bem que uma apenas obtenha o crédito e o reconhecimento público; que o facto de publicar em inglês, mesmo no século XIX, era determinante para a descoberta ter algum impacto; que as teorias e mesmo as disciplinas científicas passam por "modas", que influenciam as descobertas e as interpretações que são feitas. Nada de novo no entanto para as tão mal afamadas abordagens construtivistas à ciência...

sexta-feira, novembro 12, 2004

Porquê Mah Jong?

Porque é o meu jogo preferido. Sem gosto nem jeito para jogos, este cativou o meu coração. É exótico mas compreensível. As peças são bonitas e elegantes. As regras são claras. Depende tanto da sorte como da aptidão do jogador. Requer atenção, inteligência e destreza mental. É colectivo e convivial. Não desperta grandes rivalidades ou animosidades. Já vi partidas ganhas por principiantes, vitórias repartidas por todos os jogadores de uma sessão. Lembra-me as tardes de dominó com o meu avô. É a perfeita sobremesa para um jantar de amigos ou a seguir ao almoço de Natal.
Por fim, porque o outro dragão cá de casa concordou.
Assim, eu vejo este blogue como um jogo de mah jong. Cada jogador é livre de tirar pedras da muralha, lançá-las ao centro, mostrar chows e pongs e kongs...


Sigamos o galo Posted by Hello

A vingança do dragão (verde)

E a primeira pedra a ser rejeitada pelo infame banqueiro é o dragão verde... E logo numa altura do jogo em que não pode aproveitar a ninguém...
Green Dragon Posted by Hello

O princípio


Red Dragon Posted by Hello

O ventro de leste abre a muralha.